domingo, 13 de febrero de 2011

Domingo

Hoy por fin, gracias al www.elantrodelblog.blogspot.com pude ver Uma noite em 67. Una peli que en Rio de Janeiro se estrenó en julio y que busqué infructuosamente por las calles y no había encontrado hasta que hoy la subió Nacho a su blog. ¡Recomiendo verla!

Y ya que estoy, dejo una de las canciones ganadoras del III Festival de MPB de aquel 1967 que relata la película: Roda Viva, que quedo en 3º lugar, detrás de Ponteio de Edu Lobo, que ganó y de Domingo no parque, de Gilberto Gil.

La semana pasada, en una librería maravillosa de Santa Teresa, en Río, me compré un libro "Chico Buarque do Brasil", que contiene textos sobre las canciones, el teatro y la ficción de Chico.
Adélia Bezerra de Meneses hace un análisis sobre el tiempo y los tiempos en la música de Chico, y al respecto de Roda Viva, (teniendo en cuenta que mi traducción del portugués va a distar de ser exacta) parece que se trata de un tiempo destructor, que todo acaba, que destruye hasta la tentativa de retención, que es la memoria. Sin embargo, la figura de ese tiempo es circular: roda viva, cuyos movimientos son como los de una rueda gigante, rueda de samba, rueda de falda... Un detalle más: el contexto histórico, 1964: golpe militar de Brasil, 1967: plena dictadura.

Aquí la letra, y más abajo el video. Ojalá les guste:

Roda viva

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração..